Peter Pan de James Matthew Barrie

Olá pessoas!
Finalmente me sobrou um tempinho pra falar sobre a minha última leitura. Ok! Devo confessar que ter passado o filme Em busca da terra do nunca no último final de semana, me ajudou a lembrar.
Assim, voltando ao livro Peter Pan: Edição Definitiva, Comentada e Ilustrada da Jorge Zahar, que eu deveria ter lido aos 12 anos de idade, pra quem sabe, talvez eu não ficasse tão P. da vida com ele. Apesar de achar que minha opinião não seria muito diferente da atual, visto que sou justiceira desde que nasci, entretanto, era mais controlada naquela época.
Não quero perder tempo fazendo uma breve sinopse do livro, afinal acredito que todos devem saber do que se trata a história, Disney fez questão de nos contar anos atrás, por isso vou me atentar aos aspectos sociais da obra.
Quero começar com o artifício utilizado por Peter Pan, para convencer Wendy a ir com ele pra Terra do Nunca:
“Os garotos perdidos e eu precisamos de uma mãe, venha Wendy e seja a nossa mãe.”
E foi com essa conversa fiada que Wendy resolveu partir pra Terra do Nunca, que bela proposta hein pessoas? No livro não fica explicita a idade de Wendy, mas imagino que ela devia ter entre 10 e 12 anos. E já nessa idade sonhava em ser a mãe de alguém?!
Vamos que não para por aí. Quando ela chega à Terra do Nunca o que você acha que Wendy faz? Vive muitas aventuras? Claro que não meu povo, ela passa os seus dias costurando, contando histórias e colocando os garotos pra dormir. Mesmo que estejam numa Terra Encantada cheia de lugares incríveis, onde os garotos estão sempre desbravando o desconhecido. Nossa menininha Wendy continua interpretando o papel de mãe.
Em minha opinião isso é um grande desperdício de oportunidade.
Cá entre nós, a menina tem a chance de conhecer um lugar onde tudo é possível. E Pasmem! Chegando lá ela faz justamente aquilo que será certeza, o mesmo que estava sendo criada pra fazer, se tornar a mulher/mãe de alguém. Porque no fundo do coração de Wendy ela gostaria que Peter fosse o seu marido. Coisa que o menino não queria de jeito nenhum, afinal ele queria ser criança Forever and Ever.
Francamente, óbvio que o livro foi escrito por um homem, talvez se ele tivesse sido escrito por uma mulher, a menina Wendy teria aproveitado um pouquinho aquela terra de faz de conta, onde ela decidiu fingir ser adulta, o que lhe esperava no final dessa fantástica aventura que é o crescer.
Assim, vamos esquecer um pouquinho Wendy, e comentar sobre o personagem titulo Peter. Que em várias passagens da história era descrito como o menino com dentes de leite, isso nos leva a acreditar que Peter era uma criança entre os 5 a 6 anos de idade, afinal ele ainda não havia trocado nenhum dente. Sendo ele também um garotinho bem ingrato, pois se esquecia com facilidade das coisas e pessoas, porque a cada nova aventura ele deletava a anterior. Em uma das passagens do livro o autor descreve as crianças como seres desalmados, uma referência a um típico de comportamento infantil, onde as crianças não tem a real noção, dos sacrifícios que os adultos fazem por elas. Principalmente Peter.
Ademais, gostei do livro, mesmo com esses probleminhas de ideologia e sociais. A narrativa de James M. Barrie é fofa e encantadora, ele descreve os personagens e os ambientes como se estivesse contando a história pra uma criancinha bem pequena. Sua prosa é simples e doce. Ocorre que uma das minhas caracterizações favoritas no livro é a do Capitão Gancho, durante muito tempo eu tive uma visão deturpada do Gancho graças ao filme da Disney. No livro o capitão é um homem belo e que gosta de boas maneiras, sendo esse o motivo pelo qual ele detesta Peter Pan, que na sua concepção é uma criança muito mal educada, na verdade todos os garotos perdidos são bem mal educados.

Ilustrações de F. D. Bedford

Fiquei passada com a personagem Sininho, que eu acreditava ser uma fadinha meiga e encantadora, só que ela é uma bicha má, uma criatura virada no recalque, que detestava toda a atenção dispensada por Peter a Wendy. Uma fadinha brilhante que era capaz de fazer qualquer coisa para afastar Wendy de Peter, até manipular os garotos perdidos para que eles tentassem matar Wendy. Mais uma vez a Disney açucarou um clássico da literatura. Devo confessar que fiquei feliz com o final que Barrie dá a Sininho no livro.
Esse livro lembrou-me outro clássico da literatura infantil, as Crônicas de Nárnia, porque haja sangue e cenas de criancinhas lutando, devo admitir que não gosto de cenas em que crianças travam batalhas com gente adulta.
Além de não curtir muito as cenas de batalhas, outra coisa que me incomodou no livro foi que o autor antecipou o final do livro, ele tranquiliza o leitor logo no inicio, dizendo que no final vai acabar tudo bem, o que acaba com a expectativa da leitura. A gente já meio que espera por um “e... viveram felizes para sempre, mas é bom ter a esperança de ser surpreendido no final.
O certo é que o final de Peter Pan me decepcionou um pouco, porque ele terminou comum, como a vida de uma pessoa no inicio do século XX, sem muitas novidades. Á medida que nenhum dos garotos perdidos ou Wendy mudaram o seu futuro após a inacreditável experiência.
Mesmo assim o livro é uma ótima leitura.
No link abaixo tem um trecho do livro.
http://www.zahar.com.br/sites/default/files/arquivos//t1506.pdf
Verificado em 15 de agosto de 2014.

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ABOUT THE AUTHOR

Sou a Ninfa que trançou as barbas de São Pedro, amarrou os cadarços das botas de Papel Noel, a garota travessa que escondeu o Tridente de Poseidon, e cansada foi dormir sob uma cerejeira ao lado da lebre, que foi deixada pra trás pela tartaruga que andava, depois de um dia criativo.

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