Mary Poppins de P. L. Travers


Quando eu comecei a ler esse livro eu até achei que poderia ficar empolgada, mas com o correr das páginas isso não aconteceu, sério o filme é mais interessante e mágico que o livro, estou tão chateada que nem uma introdução para a resenha eu consegui bolar.
Vamos direto ao assunto, eu finalmente entendi o porque tanta briga entre a autora P. L. Travers e Walt Disney, ele conseguiu melhorar o livro da mulher, e como qualquer artista que tenha orgulho de sua obra, não deve ter sido fácil aceitar que o filme era melhor que o seu livro. Mas sim ele é.
Com os seus números musicais e a babá encantanda que toda criança queria ter, uma Julie Andrews simpática e sorridente, o oposto de sua personagem literária Mary Poppins.
Esse livro me causou a mesma frustração que senti ao ler O mágico de Oz. Pra que? Foi a pergunta que eu fiz, porque a Mary Poppins foi viver na casa dos Banks? O que ela queria ensinar para as crianças. Afinal foi o sua contribuição a família Banks. Ou talvez eu tão tenha compreendido o quanto Mary era especial, algo que a autora fez questão dizer em diversas passagens no decorrer da narrativa.

Uma breve sinopse, a família Banks estava precisando encontrar uma nova babá, visto que a última foi embora sem dar satisfações. Assim a Senhora Banks coloca um anuncio no jornal solicitando uma nova babá para os seus 4 filhos, Jane a filha mais velha, Michael o filho do meio, e John e Barbara os gêmeos, aqui já é possível ver uma diferença entre o livro e o filme, porque no filme eram apenas duas crianças. Assim um dia um o vento leste trás consigo Mary Poppins, que se tornou a babá da família Banks.




Claro que nem tudo no livro é mais ou menos, ele tem umas passagens bem interessantes, das quais somente o inicio do livro foi utilizado no longa da Disney. Passagens como o vendedor de fósforos que fazia desenhos na calçada, que no longa foi interpretado por Dick Van Dyke, que canta, dança e e participou da história inteira, com cenas criadas especialmente para o seu personagem. Temos o tio de Mary que não conseguia parar de rir e por isso flutuava no ar, e convidou as crianças para tomar um chá com ele.
A Poppins do livro é mais fria, quase não sorri e não conversa muito com as crianças, apesar de que é muito inteligente e sabe de tudo, mas não fala de quase nada, o que deixa as crianças frustradas em diversas passagens do livro, por não entenderem o que acontece ficarem sem uma explicação. Ela está sempre fungando e fazendo cara de repreensão ás crianças.
Acredito que o que Mary carrega consigo é o mais interessante do livro, ela já viveu muitas aventuras e conheceu muitos lugares e gente diferentes. Assim essas pessoas vão surgindo no decorrer do livro e tornando a história mágica, criando um contraponto com a seriedade de Mary.
Spoilers e mais spoliers
Minha passagem favorita do livro é a que eles encontram uma bússola é fazem uma rápida volta ao mundo. Nessa viagem eles encontram vários amigos de Mary, um papagaio, um urso, uma panda e um golfinho. Nesse capítulo acho que a volta ao mundo poderia ter sido melhor explorada, e o cenário mais trabalhado sua descrição.
Agora uma passagem do livro que me dá arrepios é o aniversário da Mary, muito sinistro e desnecessário, afinal colocar crianças em uma sala cheia de cobras não é algo muito comum, está mais para cena de livro do Stephen King e não infantil.
No geral os personagens de Mary Poppins sofriam do mesmo problema que ela, eram interessantes não possuem carisma, a gente não consegue se envolver com eles, criar aquela cumplicidade e torcer por eles.



Da mesma maneira que começou o livro terminou, um vento trouxe e levou Mary de volta, aqui ela nem se deu ao trabalho de se despedir das crianças, outra atitude que achei bem rude da parte dela, nossa autora não criou um vinculo entre os Banks e Mary Poppins, o que me deixou sem entender o porque as crianças gostavam tanto dela. Será que era dela, ou da magica que ela carregava dentro da mala?
Aqui não posso deixar de comentar a edição linda e caprichada que a Cosac Naify fez do livro, adorei o papel pollen com uma gramatura mais grossa e amarelado, a lombada e linda com o nome do livro estampada, as ilustrações são maravilhosas, enfim o livro como objeto é mais interessante do que a história que ele carrega dentro de si.

Gente eu sei que esse pano está terrível de amassado, e meu professor de fotografia morreria de vergonha só de ver, mas eu não tive tempo de passar antes que o sol desse tchau, chego correndo do trabalho e começo a fotografar feito louca pra aproveitar a claridade.

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ABOUT THE AUTHOR

Sou a Ninfa que trançou as barbas de São Pedro, amarrou os cadarços das botas de Papel Noel, a garota travessa que escondeu o Tridente de Poseidon, e cansada foi dormir sob uma cerejeira ao lado da lebre, que foi deixada pra trás pela tartaruga que andava, depois de um dia criativo.

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