No final de semana fui assistir ao filme Os Boxtrolls, mas antes de falar o que eu achei dele, vou comentar sobre o meu Karma dos filmes 3D.

Então eu sou míope e, como se isso não fosse o suficiente, também tenho astigmatismo, sim desgraça pouca é bobagem. Por isso todo filme 3D que assisto eu uso não 1 mas 2 óculos, o que me faz sair 13 do cinema ao final da sessão. Completamente bêbada e enjoada.

Sim eu procurei esse filme em versão normal, mas CLARO que eu não encontrei, tive que pagar mais caro por um expediência traumatizante. E pra completar a minha novela, levei a minha sobrinha junto, afinal ela já havia pedido pra ir ao cinema, e como o dia das crianças está chegando, banquei a Super Tia. Agora, vocês já tentaram convencer uma criança de 5 anos a ficar sentada no cinema com um óculos 3D? É como pagar penitência. A criaturinha ficou ao meu lado perguntando:

- TIA as cadeiras mexem?

- Não, eu já disse que não.

- Nossa esse filme está demorando pra começar né?! QUANDO VAI COMEÇAR?

- Assim que acabarem os trailers.

- Ahhhhh! Olha TIAeu consigo ver sem Zóculos...

- Olha, olha, OLHA TIA?! Eu estou vendo sem Zóculos.

- Sim estou vendo.

- A imagem está só um pouquinho ruim, mas dá pra ver.

Além disso o ser me fez comprar um balde de pipocas, e depois de 3 pipoquinhas avisa que não quer mais.

- Você VAI comer. Porque eu paguei muito caro nessa PORcaria.

Agora voltando ao que interessa, let's talk about the movie.

Os Boxtrolls é uma animação stop motion dos mesmo produtores de Coraline e Paranorman, sendo esse o principal motivo que me fez pagar pelo ingresso Carérrimo do Cinemark, porque cinema no Brasil é um absurdo de caro, se for 3D então. Affff! #Coragem

O filme nos conta a história do pequeno Ovo que foi criado pelos Boxtrolls, criaturas que vivem no subterrâneo da cidade de Ponte Queijo, e que são perseguidos por Archibald Snatcher e seu bando. Os Boxtrolls saem dos subterrâneo todas a noites, pra coletar coisas que as pessoas descartam, mas que para eles possui alguma utilidade, foi num desses passeios que Peixe encontro o pequeno Ovo e o levou pra viver com eles.

Archibald é um caçador de Boxtrolls que prometeu livrar a cidade dessa praga terrível, essa parte me lembrou o conto do Flautista de Hemelin, só que em troca ele queria ganhar um chapéu branco, a maior honra que um morador podia conseguir e, também ser convidado para uma tarde de degustação de queijos. Os moradores da cidade são adoradores de queijo.

Assim numa noite Archibald consegue capturar Peixe, assim Ovo decide procurar por ele e encontrar os demais Boxtrolls desaparecidos.

Gente em nível técnico essa animação é fantástica, a fotografia, o designer dos personagens, toda a pesquisa histórica pra recriar uma Vila da era Edwardiana, com influências de Steampunk. O personagem principal Ovo é a cara do Rodolfinho meu amiguinho, que me lembra um figurante do elenco de Walking Dead. Uma curiosidade o nome dos Boxtrolls são as palavras encontradas nas caixas que eles usam pra esconder o corpo, sim porque eles morrem de vergonha de aparecer sem elas, sendo elas também o disfarce que usavam pra se misturar ao lixo.

No final do filme eles aparecem sem as caixas e o corpinho deles é bem engraçadinho!

Essa animação é muito parecida com Paranorman, tem a mesma iluminação sombria, os personagens possuem o mesmo estilo de desenho e concepção, até a maneira de narrar a história é parecida, achei até que Ovo lembra bem o Norman. Uma empresa expert neste tipo de coisa é a Disney, reciclagem de personagens, cenários e seqüência animada, a Pixar também faz isso ao colocar imagens de outros personagens dentro de seus filmes. Aqui também temos uma temática de suspense, eles utilizaram o recurso de criar/espalhar uma lenda urbana, explicando o porque deveriam temer os Boxtrolls. Essa foi a maneira que o vilão encontrou pra manipular a cidade inteira, assim impondo um toque de recolher.

Cá entre nós o 3D desse filme é sofrível, o que se percebia era um leve volume das imagens, agora a sensação de algo que salta da tela nada, fico pensando pra que pagar mais caro se no final dá na mesma? É como disse a minha sobrinha “eu consigo assistir sem os óculos”, só encarei mesmo uma sessão 3D porque em minha cidade era a única opção disponível, mesmo que aqui existam 4 empresas diferentes, nem na cidade vizinha encontrei a opção de filme 2D.

Ainda que o filme fosse lindo esteticamente, eu ainda fiquei com a impressão de que faltou algo na história, como se a narrativa tivesse sido encurtada, ultimamente tenho problemas com os lançamentos do cinema, ou sei lá devo estar ficando exigente. Alguns filmes eu tenho até preguiça de ver.

Ademais o filme é lindo em termos de cenário e desenvolvimento de personagens, mesmo que tenha uma narrativa fraquinha, ele ainda vale o esforço de sair com as crianças. Afinal eu amo animação.

O livro Para Sempre é uma das histórias de amor mais bonitas que já li, lindo do começo ao fim. É aquele tipo de livro esperançoso e verdadeiro, assim que eu terminei a sua leitura eu refleti durante vários dias. Será que eu realmente sei o que quero ou espero da vida?

A narrativa inicia descrevendo um casal recém casado e feliz, vivendo a sua vida cheia de amor e sem maiores preocupações, até que um acidente de carro transforma a vida dos dois. Mas, eu gosto de acreditar que o que mudou a vida dos dois foi quando Kim fez a seguinte oração:

“Deus me faça a esposa que o Senhor deseja que eu seja.”

Algum tempo depois acontece o acidente, não sei se vocês acreditam nesse tipo de coisa, mas, é sobre isso que discorre o livro todo.

Porque Kim vai ter que reaprender a ser a esposa que ela era, visto que ela perde parte de sua memória no acidente, já Krickitt precisa fazer a sua esposa lembra-se dele e, desejar fazer parte de sua vida novamente.

Afinal por causa do acidente Kim volta a uma época de sua vida onde Krickitt ainda não existia, por isso começa a tratá-lo com indiferença, como se não o conhecesse, chegando até a abandoná-lo no meio do processo. É justamente essa a melhor parte do livro “o processo”, tudo o que os dois viveram durante o tempo em que ela não tinha nenhuma informação sobre ele.

Vou citar uma cena que amo no livro. Todos os dias Krickitt ia até uma clinica de reabilitação para pessoas que tiveram problemas neurológicos, lugar que Kim ficou internada durante um bom tempo, quando ele chega encontra ela deitada no chão, ele descreve a cena como se Kim fosse uma criança, tão fofinho o jeito que ele fala dela. Então Kim olha pra ele e pergunta se os dois são mesmo marido e mulher, fala que não consegue se lembrar dele e, que sabe que precisa aprender a gostar dele.

Este livro fala sobre fé e persistência, porque Kim precisava acreditar que Krickitt era mesmo o seu marido, convenhamos viver com um completo estranho deve ser muito difícil, porque esse negocio só funciona nos contos de fadas. Em contrapartida ele precisa continuar tentando fazer sua mulher lembrar-se dele e voltar a amá-lo. Só que o mais legal do livro é que isso não acontece, sendo este o maior desafio do casal, agora eles teriam que desenvolver outro tipo de relação. Ademais, vou parar por aqui senão conto o livro inteiro.

Adoro esse livro, ele está na minha lista de livros; “You Must Read Before You Die.”

Agora vamos para a sua versão cinematográfica, onde os atores que interpretam os Carpenters são Rachel McAdams e Channing Tatum, não gosto muito de Tatum, e também não sei explicar o porque, só não gosto e pronto. #Soudessas

A história do filme é a mesma Page perde a memória depois de um acidente de carro, e esquece uma parte da sua vida, assim ela deleta os seus últimos anos de vida, justo aqueles em que ela conhece Leo e tudo o que viveram juntos até o dia fatídico. Nossa agora me senti o Geraldo contando uma história muito triste.

É só. Acaba por ai as semelhanças com o livro, porque no filme eles focaram menos nas tentativas de Leo de reconquistar a mulher, e mais no passado de Page, já que ela voltou a ser uma jovem solteira e livre.

Acho que foi aí que o filme se perdeu, quando eles começaram a dar mais importância para o que ela havia sido, pra piorar os pais delas aceitam essa nova personalidade, e ainda apoiam essa falta de responsabilidade com o atual marido. É como se a personagem tivesse embarcado numa máquina do tempo e voltado a ser uma jovem descompromissada e descolada.

Gente a mulher esqueceu parte da própria vida, isso já seria motivo pra anos de terapia, e não um revival onde ela volta para o antigo namorado, e tenta reaver antigas amizades, que foram abandonada durante o tempo que ela se esqueceu.

Até o penteado a criatura muda pra tentar voltar a ser a pessoa que ela lembrava ser, tudo bem tem coisa que realmente eu gostaria de esquecer, mas foram essas coisas que me tornaram o que sou agora, e não ficar brincando de voltar a ser adolescente e esquecer que o tempo passou e que se envelheceu. Os anos passam pra todos, e voltar no tempo não é voltar a ser jovem, é só voltar a fazer o que já foi feito, e que muitas vezes deveria ter sido deixado no passado.

Vamos para algumas cenas do nosso longa, nem sei por onde começar. Como de praxe temos aquela cena clássica onde dois estranhos são obrigados a morar juntos, e a mulher não quer que o cara veja ela pelada, mesmo que isso já tenha acontecido umas centenas de vezes.

Page volta a conversar com uma mulher que todos no seu circulo de amizades já haviam expulsado da rodinha, porque essa criatura era amante do pai dela. Sinto que era para ser a parte cômica do filme, só que não.

Temos uma festa oferecida pela família dela que o pobre Leo, que aparece e é tratado como se fosse um ninguém, e ainda encontra a sua mulher transformada em alguém que ele não havia conhecido, agora era uma garota rica e mimada, que já estava tentando reconquistar o antigo namorado.

Cadê os esforços pra ter o seu casamento e sua futura família de volta? Era sobre isso que falava o livro.

Seja como for eles deixaram o pior para o final, simplesmente não responderam o que acontece. E ai? Vai ou não dar certo? Ela vai dar uma oportunidade àquele cara que diz ser seu marido?

Enfim o livro é lindo, uma verdadeira lição de vida, mas o filme eu só indico para dias em que não tenha nada melhor na TV para assistir, pois fiquei muitíssimo decepcionada com ele, uma adaptação totalmente dispensável.