Gente a semana passada foi só alegria! Férias,
descanso, nada de ônibus lotado ou trem se arrastando nos trilhos. Afinal a
gente precisa procrastinar um pouco, eu mereço! Mas já fiz a minha promessa de
criar um roteiro literário já para esta semana. Então vamos que vamos!
E no meio de tanto nada que eu fiz nessa linda
semana, eu assisti não uma, mas três vezes ao filme A fantástica fábrica de
chocolates, claro que na versão de 1971 com o Ator Gene Wilder como o Willy
Wonka, e com vários homenzinhos de cabelo verde cantando. Pura nostalgia baby!
Apesar de ser apaixonada por Tim Burton e pelo
Johnny Depp, a versão de 2005 do filme não tem o mesmo charme da versão da
década de 70. Que em minha opinião é mais fiel ao livro, mesmo que o autor
Roald Dahl tenha odiado ela. Acho que ele ficaria mais decepcionado com a
segunda versão. Ele deve estar se revirando na cova até hoje.
Essa versão hollywoodiana do livro é focada no
menino Charlie Bucket, e conta a história de uma maravilhosa fábrica de
chocolate, que produz os doces mais incríveis e inimagináveis doces de todo o
mundo, quiçá universo. Até que em certo dia Willy Wonka, resolve abrir a sua
fábrica para a visitação de apenas cinco pessoas, sendo que para escolher os
sortudos ele coloca cupons dourados dentro de seus chocolates, assim quem
encontrar os cupons passaram um dia na sua fábrica, e ganharam muitos
chocolates e doces.
Mas, as crianças que encontraram os tais cupons
dourados eram detestáveis. Aqui eu acho que o autor quis fazer um paralelo
entre as crianças e os pecados capitais, falando também sobre a
responsabilidade dos pais na formação do caráter de seus filhos. Porque todas
as atitudes das crianças, fossem elas boas ou más, na maioria das vezes má,
eram apoiadas pelos pais, sendo até incentivadas. Ocorre que Charlie era a
única criança bem comportada do grupo, lê-se boazinha.
Augustus Gloop era uma criança gulosa e muito gorda,
algo muito comum em determinados períodos da história, principalmente na época
em que a esposa e filhos, precisavam mostrar o quanto à família era prospera.
Já Veruca Salt uma menina egoísta e gananciosa, ela
exigia ter todos os seus desejos atendidos, seu pai dava tudo o que ela queria,
e a mãe acreditava que isso era necessário para garantir a felicidade da
menina.
Violet Beauregard uma criatura invejosa e competitiva,
ela tem a necessidade de ser sempre a melhor, e vive desafiando a si mesma e aos
outros.
Mike Teavee um menino viciado em TV, se
transportarmos para a atualidade, seria como essas crianças viciadas em
tecnologia e jogos, também é um criança egoísta, característica comum a todas
as crianças mencionadas acima.
Charlie Bucket era gentil, amoroso e muito
preocupado com a família, tem todas as virtudes que se espera de uma criança.
Mas senti que todas essas características foram relacionadas com o fato de que Charlie
era pobre. Também pode ser uma referência a distancia que Charlie tinha do
poder, porque segundo a sua presente situação, ele vai continuar pobre.
Agora vou bancar a advogada do Diabo. Será que uma
criança bem nascida não pode ser assim tão boa? O dinheiro corrompe?
Bem se levarmos em conta a lógica dos pecados
capitais a resposta é sim, porque segundo o a bíblia o orgulho seria o pior de
todos os pecados, e que levaria a pessoa a fazer qualquer coisa pelo poder, assunto
que também é apresentado no filme O Advogado do Diabo, que deixo pra outro post
comentar sobe. Nossa o chifrudo está bem amparado pela lei.
Enfim, gosto dessa versão do livro porque os
cenários são reais, alias quando era criança me imaginava passeando numa fábrica
de doces tão especial quanto essa. Além disso, os Oompa-Loompas - os anõezinhos
com cabelo verde e pele laranja -, nessa versão temos vários homenzinhos, e não
um único anãozinho sendo multiplicado para criar uma população inteira, o que
ajuda a história ser mais palpável, não gosto do recurso utilizado por Burton,
de ter escalado um único ator para fazer esses personagens todos.
Já estava me esquecendo, esse filme também é um
musical, e a minha canção favorita é Pure Imagination, não curto os musicais
que fazem referência à vida difícil de Charlie, tudo muito triste, a canção de
abertura Candyman também é muito boa.
Ocorre que, assim que Willy Wonka abriu a sua
fábrica ele esperava encontrar uma pessoa a quem pudesse transferir o seu
legado, e claro que essa pessoa deveria ser muito boa, pois ela iria tomar
conta dos Oompa-Loompa, vejam nem o Sr. Wonka era tão bonzinho e desprovido de
interesse. Afinal ele precisava acreditar que ainda existia uma criança pura de
coração.
Bem, no final do filme Wonka diz o seguinte a
Charlie:
“Nunca se esqueça do homem que conseguiu tudo o que
queria, e foi feliz para sempre.”
Será que a pessoa que conseguiu tudo o que queria
foi realmente feliz para sempre? Ou passou a vida inteira querendo mais e mais coisas?
Eu não acredito nisso, acho que o cara que conseguiu tudo o que queria se deu
conta de que ainda não tinha tudo o que queria. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Afinal todos nós estamos à procura de algo, o que nos
diferencia são as intenções, sejam elas boas ou ruins.
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Sou a Ninfa que trançou as barbas de São Pedro, amarrou os cadarços das botas de Papel Noel, a garota travessa que escondeu o Tridente de Poseidon, e cansada foi dormir sob uma cerejeira ao lado da lebre, que foi deixada pra trás pela tartaruga que andava, depois de um dia criativo.
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