Beyonce e memória afetiva

O que a Beyonce tem haver com o conceito de memória afetiva? Uéeeeee! Tudo. Hahaha. Ou melhor, tudo, mas tudo mesmo pode estar ligado a esse conceito.
Só vou usar a Beyonce como motivo para falar sobre a definição de memória afetiva porque algumas fotos dela grávida foram compartilhadas na web, e foram motivos de discussão neste nosso mundinho cão da internet.
Quero começar dizendo que detestei as fotos divulgadas da gravidez. Mas, antes que a patrulha das redes sociais me apedrejem vou explicar o porquê. Porque toda vez que eu vejo a foto abaixo ela parece estar morta. Simples assim.


Eu tenho uma memória que é extremamente visual, tipo eu armazeno imagens no meu cérebro e as acesso assim que algum tipo de estimulo mental surge. Por isso, assim que vi a foto da Beyonce a primeira coisa que veio na minha mente foi um tio do meu pai que vi no caixão quando tinha 6 anos. Esse tio do meu pai foi a primeira pessoa que eu vi morta na minha vida e essa imagem nunca mais saiu da minha cabeça.
Pois bem, aquelas flores no fundo da imagem para mim é uma coroa de flores, a Beyonce está com um rosto coberto por um tule, cara se ela fechar os olhos eu corro mais que o Papa Léguas.
Assim, essa imagem do tio do meu pai morto no caixão faz parte da minha memória afetiva, que nada mais é que:
“Compreendendo memória como lembranças de situações vividas, física ou afetivamente e com uma certa duração nessa convivência” (D’Alessio, 1992-1993: 97)
Apesar do termo memória afetiva estar mais ligado a memórias boas da infância, qualquer tipo de acontecimento que me transporta de volta para sentimentos que experimentei na infância eu considero parte da minha memória afetiva, sendo elas boas ou ruins. Se resgatar um cheiro, clima, ou emoção da minha meninice é afetivo para mim.
Depois do primeiro impacto que sofri quando vi a foto e de toda a discussão em torno eu fui pesquisar mais sobre o ensaio, o que eu vi a seguir não foi melhor do que a minha primeira impressão. Daí tem um monte de gente jogando confete na Beyonce, falando que ela não faz nada por um acaso, que não dá ponto sem nó, que o ensaio tinha um motivo e todo aquele blá, blá, blá de quem não entende nadinha de marketing. Pois bem, a minha opinião é a seguinte: “Beyonce você tentou causar impacto, mas dessa vez não deu. Sorry!”.



No ensaio o Fotografo Awol Erizku fez releituras de pinturas famosas, porém acho que ele se esqueceu de pesquisar um pouco mais história das pinturas em questão, pois quem já estudou um pouquinho mais de história da arte sabe toda a carga negativa, ou melhor crítica a sociedade da época, que o quadro “Olympia” de Edouard Manet carrega em suas pinceladas, não sendo essa a melhor escolha para uma foto de uma mulher grávida com a sua filha. Ou talvez ele só quisesse causar mesmo e realmente conseguiu. Ademais, não fui pesquisar os outros trabalhos do artista porque me deu preguiça, não acho que vem ao caso eu perder um tempo da minha vida com alguém que no momento não vai me acrescenta nada. O meu tempo é precioso.
Nem vou comentar a Beyonce como Venus do quadro “O nascimento de Venus” de Botticelli.
Bem é isso, o importante é que temos que respeitar a opinião de cada um, ninguém está pedindo para você aceitar, porém ficar tentando empurrar a sua ideologia goela abaixo não é legal. É uma violência. 


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ABOUT THE AUTHOR

Sou a Ninfa que trançou as barbas de São Pedro, amarrou os cadarços das botas de Papel Noel, a garota travessa que escondeu o Tridente de Poseidon, e cansada foi dormir sob uma cerejeira ao lado da lebre, que foi deixada pra trás pela tartaruga que andava, depois de um dia criativo.

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