Não posso negar que a fotografia
do filme é um deslumbrante, esse foi o motivo que me levou a assistir ao a
película A menina que roubava livros. Ok. Devo confessar que ver aquela menina
loirinha com cara de bonequinha de porcelana, me fez querer embarcar nesse drama,
e também porque precisa me sentir um tanto cool, mas de leve claro. Porque
filme cabeça é muito chato de acompanhar, eu sempre durmo no meio e acordo na
última cena.
Só que o final desse
filme me deixou deprimida, quando eu vou aprender que filmes sobre a segunda
Guerra são repletos de gente morrendo e sofrendo para nada e por coisa nenhuma?
Mas vamos ao nosso
conto de fadas em meio ao Caos.
O filme já começa bem
feliz, com o irmão da nossa personagem principal morrendo durante a viagem que
eles fizeram até chegar a sua nova família, porque a família oficial estava
sendo enviada para os campos de concentração. Essa cena já nos deixa preparados
para o que vem a seguir. Nossa encantadora garotinha vai sofrer, e sofrer, mais
do que personagem da Thalia, pra no final, se a Guerra permitir, aprender alguma
coisa.
O casal que acolhe a
nossa pobre Liesel, são os dois lados da moeda, o homem era bom e sonhador, a
mulher a realista chata. Não gosto muito desse estereótipo que gente sincera é
chata, porque gente a mulher estava no meio de uma Guerra, não dá pra ser feliz
o tempo todo, sendo assim ela trazia o camarada de volta a realidade, porque
senão ele levaria a cidade inteira pra morar com eles. Se tem outra coisa que
me irrita é essa mania de retratar o sonhador como alguém que não trabalha.
Vejamos, ninguém gosta de trabalha, a gente trabalha por necessidade, isso é
uma ideia plantada pelo capitalismo pra fazer a gente trabalhar como escravos
sem reclamar, acontece que essa frase o “trabalho dignifica o homem” é só blá,
blá, blá, que foi muito difundida pelos “mestres” de autoajuda, quer me ajudar.
Deposita 10 milhões na minha conta!
Pois bem, a nossa
garotinha como qualquer garotinha da época não sabia ler, porque mulher era
criada para se tornar mãe e esposa, estudar pra que né!?
Se vocês só precisa passar, lavar, cozinhar e ter o quadris largos para ser uma
ótima parideira. Já falei sobre o livro Peter Pan e esse pensamento antigo, mas
que insiste em permanecer em nossa sociedade.
Quando a
garotinha chega na casa do casal Hubermann, o Sr. Hans percebe que a menina Liesel não sabe
ler, então ele a ensina, e transfere pra ela o seu amor pelos livros.
Assim
quando Liesel começa a ajudar a Sra. Hubermann com a entrega das roupas lavadas,
ela conhece a esposa de um político importante da cidade, que permite que a
garota visite a biblioteca de sua casa e leia o livro que ela desejar, mas com
o tempo a garota começa a levar os livros para ler em casa, devolvendo-os algum
tempo depois.
Acho que a
história desse filme já seja conhecida, mas que o que mais me chamou a atenção,
são algumas coisas que acontecem no decorrer da história.
Temos um
narrador presente, alguém que participa da história, que conhece bem as pessoas
da casa e compartilha com eles os momentos sejam eles felizes, que foram muito
poucos, e o de desespero frente ao terror da guerra.
A família
Hubermann abriga o filho de um grande amigo do Sr. Hans, mesmo contra a vontade
da mulher dele, que tinha medo de ser descoberta dando abrigo para um judeu,
por isso o rapaz precisava ficar escondido no porão da casa, com isso ele pegou
uma doença grave e quase morreu.
Tinha
também o garotinho que era vizinho de Liesel, um menino esperto e muito bom com
esportes, que claro chamou a atenção dos nazistas, que decidiram convoca-lo
para a guerra. Gente ele era só um moleque, isso me deixou na revolta.
O Sr. Hubermann também
foi convidado a participar da guerra, ele foi para o campo de batalha, mas
conseguiu voltar com vida.
Tem uma cena no filme
que todos os livros são queimados numa cerimônia em praça publica, de modo que
Liesel salva um livro da grande fogueira, e quase foi pega ao fazer isso, o que
poderia ter levado ela aos campos de extermínio, um clube de campo que lhe
proporcionava um passeio sem volta para o inferno.
Apesar de ser um filme
muito triste, a história foi contada tão belamente que as vezes é possível
esquecer que era a segunda guerra, época em que as pessoas perderam totalmente
o senso de humanidade, e respeito pela vida do outro.
Ademais o que me
surpreendeu mesmo foi o final, bem como eu não li o livro só percebi esse
detalhe no final do filme é claro, porque dizem por ai que no livro você
percebe logo no inicio, e para ser sincera eu me recuso a ler este livro, e qualquer
tipo de coisa que trate de genocídios e pessoas sofrendo porque alguém achou
legal fazer alguém sofrer. Visto que, pra se ter acesso a esse tipo de história
é só ligar a TV nos jornais do Datena e Marcelo Rezende.
A frase que me
impactou foi a seguinte:
“Quando eu passei encontrei
todos dormindo despreocupados, pois o alarme não havia soado naquela noite.”
Foi quando eu percebi,
quem narrou a história inteira foi a morte, pudera a maldita estava rodando a todos.
A menina que roubava
livros é um filme poético e comovente, que nos leva a refletir até que ponto a
ignorância pode destruir vidas, famílias e futuros.
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Sou a Ninfa que trançou as barbas de São Pedro, amarrou os cadarços das botas de Papel Noel, a garota travessa que escondeu o Tridente de Poseidon, e cansada foi dormir sob uma cerejeira ao lado da lebre, que foi deixada pra trás pela tartaruga que andava, depois de um dia criativo.
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