Brooklyn
é o segundo filme indicado ao Oscar que eu assisti, resolvi criar esse desafio
cinematográfico pra não acabar igual a Gloria Pires. Eita maldade!
Ocorre
que ainda não entendi o porquê ele foi indicado, pois não consigo me lembrar de
nenhuma cena marcante ou frase memorável. Se trata apenas de mais um filme
adequado pra sessão da tarde, como uma história que me lembrou os romances de
Nicholas Sparks, onde só faltou o beijo na chuva, já que até morte teve.
Em
Brooklyn a jovem Ellis parte de sua cidadezinha na Irlanda e cruza o oceano
para tentar a sorte na América. Nossa heroína deixa a família em busca do sonho
americano. Já nos EUA a jovem vai viver numa pensão só para mulheres, arruma
trabalho numa loja de departamentos famosa e se apaixona por um italiano. Mas,
como sempre temos um MAS, algo acontece e Ellis precisa voltar para sua
cidadezinha na Irlanda. Quando chega na casa de sua família encontra desafios
que a obrigam permanecer por mais tempos além do que havia planejado, assim
colocando em cheque o seu relacionamento e a sua vida na América. É bem nesta
parte da história que o filme perde o sentido e a história se torna fraca, uma
vez que não há motivos (reais) para esse drama todo. Nossa heroína simplesmente
fez a louca e não foi honesta com todos. Hahahahahahaha! Queria ver ela
conseguir fazer tudo isso hoje na era do facebook.
Essa
atriz Saoirse Ronan que tem um nome quase impronunciável, tem uma interpretação
digna da escola Murilo Benício de teatro, com uma economia de expressões
faciais que fizeram dela uma estátua de gelo em grande parte da narrativa, gelo
dado que não consegui me conectar com a história dela. Foi difícil acreditar o
quanto ela estava sofrendo por causa da distância e dos novos costumes.
Sendo
assim o personagem mais interessante da trama era um garotinho de oito anos, o
irmão mais novo de Tony o namorado de Ellis, que falava tudo o que dava na
telha.
Agora
que estou escrevendo sobre o filme tento encontrar personagens cativantes, mas
no geral eu achei todos sem graça e irritantes. O personagem Tony Fiorello,
interpretado pelo ator Emory Cohen e seus biquinhos, é aquele típico namorado
de romance que você espera que a mocinha troque ele por outro, um cara ok mais
chato. Num papel que só servia de escada para os dramas existenciais da nossa
heroína. Que na minha opinião não passavam de Mimi! É o seguinte querida você
já se amarrou a alguém na América, quer parar com a palhaçada? Obrigado. De
nada! Não existia nada que justificasse ela fingir que nada estava acontecendo,
ou ela poderia ter assumido logo de cara “Eu sou de todo mundo e todo mundo é
meu também...”
Já
na pensão moravam um bando de mulheres fofoqueiras e alcoviteiras, ou como os
mais modernos gostam de chamar Heart Hunter, era tanto kikiki e kakaka que dava
nos nervos.
Então
na metade do filme eu comecei a imaginar a mãe do Chris berrando, visto que o
seriado tem uma versão bem mais interessante do Brooklyn. Afinal o que
aconteceu com a comunidade de imigrantes irlandeses do bairro que eram maioria
na década de 1950? Acho que vou dar uma passadinha no salão e perguntar pra
Rochelle. Mas, este é um assunto para outro filme.
A
única coisa que achei interessante neste filme foi o emprego de Ellis na loja
de departamentos, onde a história mostra o conceito de deixar o cliente feliz
para que ele goste da experiência e volte a comprar em nossa loja. Assim Ellis
precisa ser uma pessoa mais comunicativa e sempre sorridente, coisa que ela só
consegue depois de encontrar o amor. Nossa tão clichê.
Na
boa esse Brooklyn é mais um exemplo de como a indústria cinematográfica anda
mal das pernas, aquela sessão de que as histórias estão ficando cada vez mais
fracas não é um mito, se tornou realidade. Por isso vou cada vez menos ao
cinema, porque acho o valor do ingresso muito caro pra sair decepcionada depois
da projeção. Enfim não existe uma história que justifique tal indicação ao
Oscar, somente o desespero diante de tantas alternativas fracas. Brooklyn é um
filme para assistir em casa nos dias de chuva conversando no Whatsapp, já que
se perder alguma cena a narrativa segue sem grandes emoções. Um filme sem graça
é só.
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Sou a Ninfa que trançou as barbas de São Pedro, amarrou os cadarços das botas de Papel Noel, a garota travessa que escondeu o Tridente de Poseidon, e cansada foi dormir sob uma cerejeira ao lado da lebre, que foi deixada pra trás pela tartaruga que andava, depois de um dia criativo.
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