Hairspray - uma época em que não dávamos a mínima à camada de Ozônio.


No domingo o canal TCM passou as duas versões do filme Hairspray, esse filme é um dos meus musicais favoritos, lista que um dia eu pretendo publicar aqui no blog, assim que conseguir refinar a minha listinha. Sempre soube que o filme Hairspray de 2007 era um remake da película de 1988, mas nunca havia assistido a versão dos anos 80, no que fiquei muito feliz porque o TCM me ajudou e colocou os dois filmes juntinhos em seqüência. Então vamos para as comparações.
O filme Hairspray de 1988 tem a cara dos anos 80, sendo que ele se parece com filmes como “Apertem os cintos o piloto sumiu” e “Loucademia de policia”, um longa onde a narrativa é uma sucessão de acontecimentos que não fazem muito sentido. Além disso a maior parte dos atores que participaram dele são estreantes, apesar de ter tentado não consegui reconhecer os atores do filme, para mim são todos desconhecidos, com excessão de dois que aparecem na versão de 2007.

Na película de 1988 a narrativa se preocupa mais com o momento histórico, em falar sobre o fim da segregação racial nos EUA, e no estilo de vida dos jovens na década de 60, mostrando até as lutas e manifestações para o fim da segregação. Esse é a década que vive a consolidação do Rock, e de muitas mudanças tanto na música quanto na moda. Aqui já se vivia a “guerra fria” e exibir o “american way of life” muito comum, isso ainda não mudou.


Enquanto que o filme de 2007 é mais focado nos personagens, ele se preocupa em mostrar o sonho de ser famosa de Tracy, coisa bem comum no meio dos anos 2000 com o “Boom”dos reality shows.
Mas voltando ao filme de 1988, Tracy (Ricki Lake) é uma adolescente que desperdiça as suas tarde assistindo ao programa de TV do Corny Collins Show, um programa onde jovens dançam e se exibem em frente as câmeras. Uma coisa que achei engraçado era que eles incentivavam os jovens a perder seu tempo com programas de TV, falavam até que faculdade não era assim tão importante. Nesse mesmo programa uma vez por mês tinha o dia do “negro”, um dia onde os negros podiam participar, afinal negros e brancos não se misturavam, assim eles não participavam dos programas que eram diários. Ao que a garota Tracy é fã do dia dos negros porque acha a dança e a música deles mais interessante.
Acho que esse filme também fala sobre minorias, visto que Tracy é uma garota gordinha que é desprezada por outras garotas do show, a mãe dela também é uma mulher muito gorda que não sai de casa, na versão de 1988 a mãe de Tracy também é interpretada por um homem, que eu achei muito caricato, bem mais feio do que o John Travolta.
Nessa versão a amiga de Tracy também participa das audições para entrar no programa, e ela tem um pai. Sua mãe é mais maluca que no musical, em geral todos os personagens dessa versão são mais bizarros, e viva os anos 80.
Tracy é a síntese de uma jovem dos anos 60, que curte rock e novidades vindas da TV e das revistas, já chegando no final do filme Tracy aparece em uma cena na cadeia alisando o cabelo com ferro de passar roupas, o que seria a Tataravó da chapinha. Se no inicio do filme Tracy sofre no colégio por causa dos seus penteados extravagantes, no final ela aparece com a juba bem baixinha, a tataravó das luzes também faz figuração no filme, bem naquela época pareciam mais holofotes. O tamanho dos penteado é algo muito explorado no filme, até a mãe da Amber, rival de Tracy, tem um penteado tão grande que foi capaz de esconder uma bomba dentro dele.
Esse filme mostra bastante as músicas dos anos 60, cheguei a achar um pouco de exagero a quantidade de canções. Também tem umas dancinhas com nomes bizarros, como a dança da barata e da pulga, acho que devia ser algo comum nos anos 60, todos dançando juntinhos e igual.
Mesmo dando um Google no filme de 1988, não conheço mesmo os atores que fizeram esse filme, apesar da atriz Rick Lake ter feito um ponta na versão de 2007.





  
Agora falando da versão de Hairspray de 2007, a grande diferença entre esse e o seu antecessor é o fato desse ser um musical, logo no inicio do filme Tracy nos apresenta a cidade de Baltimore cantando. E quase todos os personagens do filme cantam, por isso John Travolta foi a escolha perfeita para viver a mãe de Tracy, somente um homem conseguiria dançar carregando tanta maquiagem e uma fantasia pesadíssima. Devo confessar que o meu personagem favorito desse filme e a mãe de Tracy, John arrasa no rebolado.
Nesse temos um elenco com atores conhecidos, com excessão de Tracy interpretada pela atriz estreante Nickki Blonsky, e alguns personagens do elenco black. Zac Efrom aparece vivendo o personagem Link e cantando no filme, depois dos rumores de que ele não sabia cantar, já que não cantou no primeiro filme da trilogia High School Musical.


Como já havia falado esse remake narra a história de Tracy uma garota que anseia entrar para o programa de Corny Collins para se tornar uma artista famosa. O ator James Marsden ficou com o papel do apresentador de TV com ideias progressistas.
Nessa versão a mãe e Amber (Michelle Pfeiffer), que é a rival de Tracy, participa efetivamente do programa, sendo ela a responsável por eliminar candidatas que ela acredita não serem boas o suficiente para o programa, quer dizer magras e bonitas o bastante. Algo que não combina com o estilo de vida da década de 60, onde as mulheres eram somente mães e dona de casa, o que foge bastante da temática da primeira versão.
Quem interpreta a apresentadora Motormouth Maybelle é a atriz e cantora Queen Latifah, muito mais carismática que a atriz Ruth Brown, ela faz toda a diferença no filme com seu vozeirão, sou meio suspeita adoro a Latifah. E os figurinos dela também são bem superiores ao de Maybelle da versão de 1988, que em algumas cenas parecia um botijão de gás com capa de crochê.
Geralmente eu prefiro sempre a primeira versão dos filmes, porque os remakes pra mim parece o desespero da falta de criatividade em Hollywood, quando não conseguem encontrar roteiros originais bons eles abusam dos remakes. Mas em si tratando de Hairspray a segunda versão é muito superior a primeira, os números musicais são lindos, adoro todas as músicas do longa, e os atores incluindo o Efron.
Apesar de algumas falhas de roteiro na caracterização dos anos 60, nessa versão ritmo narrativo é mais dinâmico. E posso afirmar que a história ganhou bastante com a inclusão das canções. Contudo não recomendo para pessoas que detestam musicais, ele tem canções do começo ao fim. Diversão garantida para um final de tarde em família.







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Sou a Ninfa que trançou as barbas de São Pedro, amarrou os cadarços das botas de Papel Noel, a garota travessa que escondeu o Tridente de Poseidon, e cansada foi dormir sob uma cerejeira ao lado da lebre, que foi deixada pra trás pela tartaruga que andava, depois de um dia criativo.

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