O Circo

Texto autoral

Quando era criança minha mãe levava me ao circo todos os finais de semana, eram aqueles circos como nos filme dos Trapalhões, com terra batida e animais passeando pelo picadeiro.
O cheirinho de pipoca e amendoim que se espalhava pelo ar, as luzes da tenda eram visíveis no horizonte cinza, naquela época São Paulo não era tão quente e cheia. Eu da janela do ônibus, com as mãos espalmadas, embaçando o vidro com a minha respiração apressada e ansiosa. Pois estávamos a caminho de mais um espetáculo.
Alguns números muito populares hoje em dia, ainda não existiam, entre eles esses de circo moderno como o Cirque du Soleil, com música eletrônica e luzes de led. O primeiro que nos recebia era o passarinho que acompanhava o tocar de realejo, ele entregava a sorte do dia, que não vinha dentro de biscoitos, porque eu não guardei aqueles papeizinhos?!
Lembro que era tão pequena que os meus pés não tocavam o chão, tínhamos o algodão doce que decorava a entrada da grande tenda, e o barulho da orquestra no inicio do espetáculo. Tudo era tão mágico. Até o coelho que saia da cartola, hoje ele não aparece nem na Páscoa.
Sinto saudades do meu riso de criança ao ver os palhaços, naquela época eles eram muito engraçados, ou será que eu não era tão adulta?

 O circo continua lá, ele não é mais o mesmo, agora está triste e abandonado, como o palhaço que não é mais o Rei do Picadeiro.

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Sou a Ninfa que trançou as barbas de São Pedro, amarrou os cadarços das botas de Papel Noel, a garota travessa que escondeu o Tridente de Poseidon, e cansada foi dormir sob uma cerejeira ao lado da lebre, que foi deixada pra trás pela tartaruga que andava, depois de um dia criativo.

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