Walt nos Bastidores de Mary Poppins
Finalmente
eu assisti o filme e vou comentar o que achei. Já começo com o
nosso antigo problema em traduções de títulos de filmes, no título
brasileiro deu a impressão que o filme é sobre Walt Disney, mas
NÃO, é sobre a escritora australiana P. L. Travers. O Walt Disney
só está no título porque a empresa é dele e pronto.
Quando era
criança gostava muito do filme Mary Poppins, então decidi comprar o
DVD comemorativo de 45 anos do filme, e eis que, não consegui
aguentar até o final, são duas horas e vinte minutos de filme. Como
eu conseguia?? Acho que 70 minutos é o suficiente para um filme
infantil, porque é o máximo de tempo que você consegue prender a
atenção de uma criança. Conheço algumas que nem isso, mas
voltando.
O filme
começa com uma citação que Dick Van Dick faz no início do filme
Mary Poppins, anunciando a chegada da babá, e que as coisas iriam
mudar. Então surge o ator Colin Farrell que faz o papel do pai
sonhador, mas que é alcoólatra, por quem a pequena Helen tem
verdadeira adoração. Através dele a menina mergulha no mundo da
imaginação, onde ela é Ginty uma princesa. Assim o filme vai
traçando um paradoxo entre a infância da escritora e o seu mais
famoso livro.
Minha
primeira impressão foi, como uma pessoa que não gosta de crianças
escreve um livro justo pra elas? Isso fica bem claro durante o filme.
No decorrer da estoria percebi que o livro foi escrito para o pai
dela. Que muitas vezes parecia sofrer de síndrome de Peter Pan, era
irresponsável e revolucionário, principalmente para a época.
Bem Walt
Disney era o cara que vazia de tudo pra agradar a sua “Diva” na
tentativa de convencê-la a deixar fazer o filme, do jeitinho Disney,
com música e animação, coisas que a autora simplesmente detestava.
Ela via Mary Poppins como uma pessoa séria, afinal ela fingia ser
uma típica mulher inglesa.
Em uma das
cenas ela fica sabendo que Dick Van Dyke vai interpretar o personagem
Bert , se mostra bastante indignada, segundo ela o ator não é bom o
bastante para o papel. Quando ela recebe uma cesta de frutas assim
que chega no hotel, joga todas as peras pela janela, no decorrer do
filme é possível saber o porque de tal atitude.
Durante o
filme a escritora vai reclamando e colocando defeito em todos os
detalhes da película. Desde o desenho da casa, até a estrutura
gramatical errada usadas nas músicas, para deixá-las mais
interessantes. Destaque para a cena em que os compositores escondem a
partitura da canção Supercalifragilisticexpialidocious, que é uma
das minhas sequências favoritas do filme Mary Poppins. Também é
emocionante a sequência que mostra os roteiristas representando a
cena final do filme, é contagiante. Nem a escritora conseguiu se
manter alheia ao que acontecia.
O filme
mostra a Disneyland, as chamadas do clube do Mickey, algo bem
nostálgico pra quem tem mais de 30 anos. O Carrossel que aparece no
filme me pareceu uma referência ao Carrossel que aparece em uma das
cenas de Mary Poppins.
Todas as
cenas dentro do estúdio Disney, mostram o quanto o lugar e mágico e
legal, os mínimos detalhes usados pra provar a Senhorita Travers
que, a única pessoa que poderia fazer o seu filme era Disney.
O que se
segue é o roteiro típico da Disney da mocinha corajosa e sonhadora,
que passa por dificuldades, e não percebe que precisa de ajuda, até
que o príncipe encantado chega no seu cavalo branco pra salvá-la
com a força do amor, sim, eu ainda estou falando do mesmo filme.
Pra que tudo isso: Não quero mais trabalhar nos estúdios Disney e Pixar, quero que
eles trabalhem pra mim. Nossa acho que confundi, desculpe estava
devaneando.
Enfim é
um bom filme, apesar de todas as firulas Disney, daqueles que o Oscar
adora indicar.
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Sou a Ninfa que trançou as barbas de São Pedro, amarrou os cadarços das botas de Papel Noel, a garota travessa que escondeu o Tridente de Poseidon, e cansada foi dormir sob uma cerejeira ao lado da lebre, que foi deixada pra trás pela tartaruga que andava, depois de um dia criativo.
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